sábado, 20 de novembro de 2010

Mini Biografia sobre Raul seixas

Eu sou a luz das estrelas, eu sou a cor do luar, eu sou as coisas da vida, eu sou o medo de amar”. Quem nunca ouviu uma música, um álbum, ou ainda, alguma história sobre Raul Seixas? Pois é, sabendo disso, preparamos nesta semana, um breve informativo contando um pouco de sua trajetória, seus principais sucessos, além é claro, de sua influência direta para diferentes gerações. Uma boa leitura!

O início
Raul Seixas nasceu em 28 de junho de 1945, na cidade de Salvador, Bahia. Filho de Raul Varella Seixas e de Maria Eugênia Santos Seixas, ele cresceria em um típica família de classe média da época. Seu nome, registrado no Cartório de Registro Civil de Salvador, nada mais era do que uma homenagem ao pai e ao avó paterno. 03 anos mais tarde, nasceria o seu primeiro e único irmão, Plínio dos Santos Seixas. Foi com ele, aliás, que Raul passaria boa parte da infância, seja conversando, ou mesmo brincando.

Estudos x Rock n’ Roll
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Foi no ano de 1952, que a fase escolar de Raul Seixas teve início. Na época, ele seria matriculado em uma das principais escolas da cidade, onde concluiria o curso primário, em 1956. Alguns meses depois, com o suporte de alguns amigos, fundaria o chamado “clube dos cigarros”. A iniciativa, é bom que se diga, marcava um período de transição na vida de Raul Seixas, que culminaria 01 ano mais tarde, na criação do “Elvis Rock Club”. Diferente de um fã clube tradicional, este era composto por uma espécie de “gangue”, responsável por arruaças nas ruas de Salvador, e pela destruição das vidraças de diferentes casas da região. Mesmo não concordando com esse tipo de atitude, o “maluco beleza” enfatizava “Eu ia na onda, pois o Rock (pelo menos ao meu ver) tinha toda uma maneira de ser".

Cantinho da Música
Foi na loja Cantinho da Música, que sua paixão por música cresceria. Tanto isto é verdade, que no final da década de 50, Raul Seixas já havia declinado em seus estudos. Para que o leitor possa ter uma ideia, ele seria reprovado três vezes consecutivas, na segunda série. Evidente que uma mudança de comportamento tão significativa preocupava a família de nosso biografado. Para tal, em busca de uma melhoria em seu comportamento, sua família iria matriculá-lo, certo tempo depois, no Colégio Interno Marista, entidade esta, fundada por padres católicos. Lá, Raul Seixas, alcançava enfim, a terceira série, repetindo o estágio um ano mais tarde, em 1961.

Como vimos no post anterior, os anos 60 começariam de uma forma bastante inusitada para Raul Seixas. Após ser matriculado no Colégio Marista, ele passaria a nutrir um gosto um tanto quanto peculiar por livros. Tal fato, aliás, seria proporcionado em parte, pela quantidade de títulos que seu pai, Raul Varella possuía em sua biblioteca particular. As estórias que Raulzito lia servia como base para o exercício de sua imaginação. Tanto isto é verdade, que durante as aulas na escola, era bastante comum encontrá-lo desenhando, criando enredos, ou ainda, personagens misteriosos. Em relação aos personagens, um que merece destaque, foi o chamado “Mêlo”. Ele, por sua vez, era descrito por Raul como um cientista maluco, capaz de visitar diversos lugares imaginários como o “Nada, o “Tudo”, “Vírgula Xis”, “Ao Cubo”, “Oceanos de Cores”, etc. Plínio, seu irmão mais novo, não ficava alheio a tudo isso. Longe disso, participava das histórias, e ouvia atentamente cada criação de Raulzito. O gosto acentuado por literatura, aliás, já se fazia presente na vida de Raul Seixas. Por outro lado, segundo o próprio, a escola nunca lhe despertara interesse. "Eu era um fracasso na escola. A escola não me dizia nada do que eu queria saber. Tudo o que aprendia era nos livros, em casa ou na rua. Repeti cinco vezes a segunda série do ginásio. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la”, conta.

Os Panteras
Ficheiro:Raulzito e os Panteras.jpg
Ao contrário do que muitos possam supor, o maior sonho de Raul Seixas era ser escritor. Para nossa sorte, ele não seguiria a carreira literária, e sim, uma bem sucedida carreira musical. Ainda nos anos 50, com o suporte de mais três amigos, Raul Seixas
passaria a se apresentar em algumas casas de Salvador. Em cada uma das apresentações, era bastante comum ver o nosso biografado imitando um dos principais nomes do Rock internacional da época, o cantor Little Richard. Com o sucesso conquistado, uma década depois, o quarteto passa a se chamar “The Panthers”, algo como“Os Panteras”, em português. Alguns anos mais tarde, após o contato com uma série de artistas da Jovem Guarda, o grupo é incentivado a tentar gravar um disco. Dentro desse contexto, o cantor Jerry Adriani teve papel fundamental. Foi justamente ele, o responsável por convidar a banda a tentar a sorte no Rio de Janeiro. Lá, após uma bem sucedida audição, os músicos seriam convidados pela EMI/Odeon, uma das principais gravadoras da época, para gravar o tão sonhado trabalho. Meses depois, nascia o primeiro e único trabalho dos Panteras. Novos Rumos

No Rio de Janeiro, Raul Seixas passaria por uma série de dificuldades. Para que o leitor tenha uma ideia, na tentativa de divulgar o primeiro álbum de sua banda, Raulzito, que morava em Ipanema, chegava a ir a pé até o centro do Rio de Janeiro. Após uma série de tentativas, não obtendo êxito, ele passa a se isolar em seu quarto. Nesse período, era comum encontrá-lo lendo sobre um dos temas que mais gostava, a filosofia. De volta a Salvador, quando tudo parecia fadado ao fracasso, ele conheceria um diretor da gravadora CBS. Ele por sua vez, seria peça chave no retorno de Raul Seixas ao Rio de Janeiro. No encontro, ele seria convidado a ser um dos produtores da gravadora, cargo que prontamente seria aceito por Raul. Apadrinhado por Jerry Adriani, Raul Seixas, agora produtor da CBS, chegava enfim, a uma fase bem sucedida de sua carreira. Suas composições, por exemplo, seriam gravadas por diversos nomes da época, destaque para Odair José e Renato e seus Blue Caps.



Krig-Ha, Bandolo

Lançado em 1973, o álbum marcava a estreia do compositor em carreira solo. O título do trabalho fazia referência a um grito de guerra do personagem Tarzan, algo como “Cuidado, aí vem o inimigo”. Entre as músicas do disco, destaque para algumas das mais consagradas composições do cantor, entre elas: “Al Capone”, “Mosca na Sopa”, “Ouro de Tolo” e “Metamorfose Ambulante”. O disco ainda marcava o início da parceira de Raul Seixas com o escritor Paulo Coelho. Com Kri-Ha, Bandolo, Raul Seixas alcançava enorme projeção na mídia, ganhando repercussão nacional com suas composições. Um ano mais tarde, em 1974, ao lado do amigo Paulo Coelho, cria a chamada “Sociedade Alternativa”, baseada nos preceitos do bruxo inglês Aleister Crowley. Entre suas premissas estava a seguinte: "Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei". “Sociedade Alternativa”, por sua vez, entraria como uma das principais faixas do segundo trabalho do cantor, “Gita”. Gita

Lançado em 1974, este foi o segundo álbum solo de Raul Seixas. O trabalho foi composto de 12 faixas, entre elas algumas das principais composições do cantor, destaque para “O Trem das 7”, “Medo da Chuva”, “Sociedade Alternativa” e “Gita”. Gita, por sua vez, fazia referência a um dos principais livros sagrados da Índia. Ainda sobre o trabalho, o álbum venderia cerca 600 mil cópias, e daria origem ao lançamento de um videoclipe, exibido em um dos programas de maior sucesso da época, o jornalístico Fantástico, da Rede Globo. Um ano mais tarde, em 1975, é lançado seu terceiro trabalho solo, “Novo Aeon”. O álbum encabeçado pela música “Tente Outra Vez”, venderia cerca de 60 mil cópias, e não repetiria o êxito do trabalho anterior. Há Dez Mil Anos Atrás

O trabalho, lançado em 1976, marcava um ponto final na bem sucedida parceria com Paulo Coelho. Permeado por composições de apelo místico, o álbum traria outro clássico da carreira de Raul Seixas, a música “Eu nasci há dez mil anos atrás”. Logo mas tem mais

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