sexta-feira, 1 de junho de 2012

Um dia a casa cai! leia o texto

Domingo de manhã. Embaixo de um prédio comum uma cena
também bastante comum tem início. Um senhor de meia idade e um jovem de aproximadamente 18 anos se colocam em pé, frente a frente, ladeados por uma senhora e um outro senhor. O homem de meia idade tem em sua expressão um misto de raiva e medo, uma combinação clássica. Pode-se perceber que ele possui uma musculatura atlética bem formada indicando que talvez tenha sido esportista no passado. Hoje, porém, esse desenho muscular está encoberto por uma boa camada de tecido adiposo.

No rosto do jovem vê-se basicamente ansiedade e também medo, porém, estranhamente, este parece determinado. A senhora está prestes a chorar. O outro senhor que os acompanha está calmo, resignado, porém atento. Aos poucos, alguns porteiros, passantes e crianças vão formando um círculo em volta do grupo, como se estivessem diante de uma oportunidade de diversão. Os porteiros conversam animados e começam a trocar algum dinheiro pequeno entre si.

O jovem e o senhor se parecem razoavelmente na fisionomia e, dentro de poucos instantes, entrarão em combate físico.



Meus filhos são uns selvagens. Tenho uns 13, se não me engano. O mais bonzinho uma vez laçou a pia da cozinha com uma corda e amarrou ela na máquina de lavar e conseguiu, com a ajuda dos irmãos-marginais, atirar a máquina pela janela só para ver se a pia agüentava. É lógico que não agüentou. Pia, máquina de lavar e alguns móveis que estavam no caminho voaram do 12º andar até a calçada. E o miserável só tinha nove anos! Tive que fazer um papagaio no banco que durou décadas só para pagar o enorme prejuízo com o que o pequeno satanás me presenteou. O que eu fiz para o jovem animal entender que ele não podia fazer uma merda dessa envergadura? Bati nele com vontade? Enchi o gaiato de chineladas? Desci a porrada nele com um cabo de vassoura durante 20 minutos? Não. Fiz melhor. Deixei o aprendiz de hooligan seis meses de castigo para ele

deixar de ser um idiota curioso sobre as Leis de Newton. Foi o melhor pra ele? Não sei. Só sei que foi melhor pra mim. Por quê? Não sou o melhor pai do mundo, mas não consigo bater em criança. De onde eu vim, isso se chama covardia. Não tem outro nome.



Inúmeros pais costumam bater em seus filhos, provavelmente a maioria. Desde surras homéricas e cruéis até “pelo menos uma palmadinha”, como vários adultos ignorantes se orgulham em dizer. É tão comum que é quase 100% aceito pela sociedade. Mas o que há por trás desse fenômeno realmente? Por que os pais costumam usar de violência para advertir, alertar, controlar, conter, coagir, humilhar, subjugar, oprimir, impedir, ameaçar, lembrar, se impor, agredir e, segundo eles e somente eles, EDUCAR seus filhos? Poucas coisas me soam mais hipócritas e cretinas do que essa última. Qualquer verbo para essas mentiras, menos educar, pois não dá pra engolir essa balela mesmo. Poderia ser tudo, menos educar.



Criar e educar crianças não é fácil. Mas parece que essa constatação tão óbvia tende a se dissolver no ar quando o casal está procriando animadamente sem algum tipo de prevenção anticoncepcional. Não existe almoço grátis no mundo, todos sabem disso. Toda ação gera conseqüências (exceto, no caso, a corrupção no Brasil, é óbvio). Ao copularem livremente há a possibilidade de a fêmea da espécie engravidar. Ao engravidar há a possibilidade de nascerem bebês. E, ao nascerem bebês, os mesmos dois que copularam e geraram despreocupadamente um filho são responsáveis pela sua formação. E não é nada fácil realizar essa formação, muito pelo contrário: é extremamente trabalhoso. Levam-se décadas nessa tarefa árdua e sem garantias de sucesso. Mas o que fazem vários casais durante essa dura empreitada? Usam de violência FÍSICA!!! Descem o cacete nos próprios filhos! Bater em criança? Pode parecer normal pelo hábito e por essa prática estar enraizada há séculos em nossa cultura, mas se você afastar seu raciocínio momentaneamente do contexto dessa hábito odioso vai perceber que é um absurdo um pai ou uma mãe bater no próprio filho. Pessoas que rejeitam veementemente essa mesma violência física quando usada contra si, utilizam-na da mesma maneira (ou pior) contra os próprios descendentes. Muitos pais que se indignam quando são assaltados na rua por coação física batem nos próprios filhos em casa, o que é um ótimo contrassenso. Quando o filho apanha na rua de outros de sua idade se revoltam, porém os pais, que, em tese, são ADULTOS costumam bater nos filhos quando eles precisam ser “educados”. Nada mais incoerente do que isso.



O senhor que acompanha o grupo faz um sinal com a mão para que os dois oponentes comecem o embate. O jovem prontamente leva a mão direita aberta ao coração de forma ritualística. A mulher faz uma expressão de alívio. Porém, logo em seguida, o jovem fecha a mesma, formando um punho. Esse gesto quer dizer que ele não deseja verdadeiramente lutar, entretanto vai fazê-lo. Se ele deixasse a mão aberta sobre o lado esquerdo do peito o ritual se encerraria ali naquele instante, deixando claro que ele está desistindo do combate. Por fim, manda a tradição que antes que o duelo se inicie, o jovem pegue um papel no bolso e leia alto a seguinte frase: “Af̱tó tha sas vlápisei perissótero apó mena”. A senhora começa a chorar mais intensamente.



Ao ouvir essa frase, o combatente de mais idade rilha os dentes e ataca primeiro seu oponente. Ele a entende como um desafio pessoal. Isso é um sinal bem claro que ele ainda se considera um líder, um macho-alfa no topo da estrutura de um grupo, e, acima de tudo, que não respeita fisicamente o jovem. Ele se sente na obrigação e bastante à vontade em investir contra o rapaz como se esse ato lhe fosse bastante familiar e automático.



Pais que batem em seus filhos adoram arranjar desculpas esfarrapadas para o descontrole que praticam. Uma das mais famosas hipocrisias nesse sentido é o mote: “Isso vai doer mais em mim do que em você!” que os pais covardes e inseguros latem para seus filhos após os terem agredido. Quanto egocentrismo hipócrita: “Vai doer mais em mim...” Deixem-me contar um segredinho, amigos: NÃO VAI NÃO! Vai doer mesmo na criança, é óbvio. É simples e lógico: o fenômeno da dor não ocorre em que inflige a violência e sim em quem é infligida. Se essa canalhice fosse verdade pai nenhum bateria em filho, pois seria o mesmo que se autoflagelar. Essa frase aviltante é apenas uma desculpa cretina que os pais soltam para seus filhos para tentar se justificar do crime que estão cometendo e para mal explicar seus arroubos, descontrole, ignorância e sua incompetência e falência como pais-educadores. Bater, via de regra, significa infligir dor a outrem. Ou seja, os pais infligem DOR nos próprios filhos! Mesmo que uma palmada seja fraca a criança se vê agredida pela pessoa que ela mais ama. Não precisa ser um Sigmund Freud para saber que isso, se não causar um trauma físico, pode causar trauma psicológico, mágoa, o medo de ser agredido, humilhação, subjugação, insegurança, logo em quem é mais frágil: a criança. Dor? Claro. É mais fácil e mais covarde do que conversar. Conversar, falar, explicar, demora muito pra fazer efeito e dá muito mais trabalho. Então vamos bater, né?



Ergonomicamente, se eu tivesse que escolher que meu filho de 11 anos levasse um tapa de um colega de 12 ou de um adulto, preferiria o tapa da criança. Por quê? Porque vai doer menos. Uma criança de oito anos mede mais ou menos 1 metro de altura e pesa por volta de uns 24 quilos e meio. Um adulto médio no Brasil tem 1,65 m e pesa 70 kg. É óbvio que um tapa de um adulto vai doer mais do que o de uma criança. Muitas pessoas se esquecem que por trás do “bater” existe a dor. Só um idiota cretino não quer ver que é uma covardia qualquer agressão de um adulto contra uma criança. Mas, infelizmente, é isso que vemos por aí a todo instante...



Muitos pais preferem bater na bunda das crianças porque, em tese, doeria menos e não machucaria. Eles anulam erroneamente a possibilidade de por bateram no traseiro a criança ser machucada. Deixando de lado por um momento a horrorosa questão da dor, temos também a agressão psicológica. Os danos emocionais causado em crianças e jovens que apanham são ignorados pela maioria dos pais. Vira “amor” e “zelo” por vontade de educar. Nada mais hipócrita...



Criança nenhuma tem discernimento fisiológico e muito mesmo emocional para apanhar. Toda criança é incomensuravelmente mais frágil física e emocionalmente do que qualquer adulto. Ela não é feita para sofrer agressões. É inocente e geralmente sensível. Não tem musculatura desenvolvida para absorver impacto físico. É bem menor e mais fraca fisicamente do que o adulto e não sabe e nem tem como revidar a altura. A agressão machuca o físico e destrói muitas vezes irrecuperavelmente seu emocional.



O jovem recebe o senhor com um soco justo no nariz, expondo agora o erro grosseiro do velho em matéria de raciocínio de combate. Óbvio... Seu oponente é mais jovem, mais forte e mais rápido do que ele. Porém o senhor não o vê assim. Talvez ainda ache que o mesmo ainda seja uma criança. Está 50% correto porque emocionalmente seu oponente ainda o é, mas fisicamente agora, está bem longe disso...



Os porteiros vibram soltando uns gritos abafados com o golpe certeiro. O senhor recua cambaleante e atordoado. Sua expressão muda de ímpeto para susto. O jovem franze a testa ao mesmo tempo em que arqueia tensamente os lábios para baixo em sinal de arrependimento. O homem não sabe, mas o golpe desferido pelo jovem fraturou seu vômer, o ossículo principal do nariz. Algum sangue começa escorrer do meio de seu rosto. A senhora grita e invoca um nome santo. Entretanto, o que seria de se esperar para um senhor de 60 anos desmaiar após ter seu nariz quebrado, não acontece e ele volta à carga com fúria gritando um palavrão. Outro erro. A memória da voz alterada do senhor atacando dispara no garoto uma reação defensiva em cadeia: uma série de golpes rápidos e não muito certeiros, mas que levam o senhor ao chão rapidamente. Por ordem: um forte tapa na orelha, um soco no queixo de raspão e um chute na lateral do joelho e, por fim, outro chute nos calcanhares de Aquiles, a popular rasteira. O jovem, agora descontrolado pelo medo, continua a tentar socar o corpo do senhor no chão. O jovem está vermelho e, não surpreendentemente, começa a chorar. O senhor que assistia o combate intervém e contém o rapaz. A senhora corre para socorrer o corpo meio inerte e caído do marido.



Um respeitado médico que admiro profundamente estava dando plantão em um hospital público de madrugada quando se deparou com uma maca com um menino de uns oito anos de idade com 70% do corpo queimado que gritava incessantemente pedindo por sua mãe. Angustiado e intrigado, o médico perguntou ao enfermeiro onde estava a mãe do menino. O enfermeiro respondeu: “Dr., ela está na delegacia. Foi ela que jogou álcool nele e tacou fogo no menino...”. Esse caso inaceitável e miseravelmente trágico serve para exemplificar um pouco da força do laço filho-mãe. Essa ligação é uma das mais profundas que existem. O mundo de toda criança pequena são os pais. Mesmo sofrendo atrocidades físicas e psíquicas as crianças não têm capacidade emocional para avaliar a seriedade da questão e nem conseguem imaginar e desejar uma ruptura.



Vários adultos hoje falam rindo que sempre apanharam dos pais, sobre as surras homéricas que levaram com tapas, chinelo, de cinto e até cabos de vassoura, socos, etc. Falam como eram levados e como se fossem culpados e merecedores dessa violência e o fazem desmerecendo o ocorrido como se fosse uma coisa menor. A verdade é que os pais dessas pessoas foram incompetentes como educadores e muito provavelmente apanharam de seus pais também. Essa é também uma prova do poder dessa ligação. Essas pessoas perdoaram seus pais. O menino queimado que grita pela presença da mãe criminosa é a prova cabal da força desse laço. As crianças amam tanto seus pais que relevam o apanhar e o mais sinistro é que os pais sabem muito bem disso. É o conhecido e inaceitável: “É meu filho e eu posso fazer o que eu quiser. Ele vai continuar me amando.”



O homem de mais de meia idade agora está bastante atordoado e não consegue mais se levantar. Está com os batimentos cardíacos muito acelerados pela adrenalina que começa a fazer efeito. O mediador do combate o ajuda a ficar de pé e o leva pra fora do pequeno círculo formado. O jovem recua e volta para o lugar de início e ali espera. O senhor acompanhante olha para senhora que chora nervosamente. A pequena platéia começa a se dissolver satisfeita com a violência apresentada.



Realmente é chocante ver um senhor de idade ir ao chão após uma violenta série de golpes. Há um espanto natural pois a violência sempre gera o choque e, tristemente, uma excitação barata em quem não está envolvido com ela. Mas quem vê aquela cena não conseguiria nunca resumir anos e anos de violência que o garoto, hoje grande e no auge do seu vigor físico, sofreu aos 5, 6, 7, 8, 9, 10 anos, quando ainda era uma criança frágil. Aos 12, 13, quando era um pré-adolescente e aos 14, 15, 16 e 17 anos e 11 meses. Foi tanto tempo de abuso físico perpetrado por seu pai que ele, do alto de sua “sabedoria” juvenil, optou por não romper esse ciclo de violência para paradoxalmente poder, em um único momento, romper esse mesmo ciclo de violência que conheceu desde criança pequena. Reside aí a suposta funcionalidade desse cul-de-sac. Antes era unilateral, vinha só do pai para filho. Agora ele teve uma chance. E quis revidar, por incrível que pareça, para que pudesse se comunicar de alguma maneira com seu pai... Só assim ele pôde se expressar pois o pai que abusa fisicamente do filho não quer dialogar. Ele só quer “falar” em sua língua animalesca. É mais fácil para ele bater no filho do que conversar com ele.

A frase que o jovem leu antes do combate simboliza um pedido para que seu pai não bata mais nele e também que nenhum pai bata mais em seus filhos. O garoto até já relevou a violência que sofreu – como é típico do coração leve dos mais novos – mas teve que devolver a “comunicação” que recebeu durante seus poucos 18 anos por uma questão de fé numa ideologia - também essa típica da sua idade - que vem de um passado distante.



Muitos pais se revoltam quando uma criança apanha de um adulto estranho. Porém, esse mesmos pais não se importam em descer o cacete nos próprios filhos, crianças essas que lhes seriam, em tese, as mais caras de todas. É muito contrassenso. Agressão é agressão, não importa a intensidade, não importa a fonte.

Vejo por aí espantado debates do tipo “Palmada educa?” Como assim? Se violência educasse tudo seria resolvido por ela. Como se sabe, violência gera violência, traumas, medo, revolta. Não constrói nada. Não educa. É medo. Medo burro, cego, surdo e mudo. Não gerará nada de positivo. Então porque não usar o termo “Tapa educa?”. Palmada e tapa são sinônimos. Melhor deixar “palmada”, não é? É menos chocante e mais hipócrita.



Ouço há anos essa conversa mole e pífia que certos pais não são a favor de bater nos filhos, mas que só dão uma “palmadinha leve”. Essa palmadinha leve, no entender de uma criança pequena é tudo menos uma “palmadinha leve”. Isso é na visão do adulto. É uma agressão. Ela se assusta, chora. Não chora pouco, chora alto e muito. Dói, seus filhos da puta! Ninguém pensa que pra ela não é uma “palmadinha leve”. É uma agressão, é uma mágoa, é uma humilhação. Imbecis ignorantes preguiçosos e egoístas que não se põe nos lugar das crianças. Palmadinha leve é o caralho! Queria eu dar uma "palmadinha leve" na cara dos pais que utilizam esse método covarde e ignorante. Posso dar? É leve! Não vai fazer mal, vai educar vocês! Conversa mole do caralho...



Pedagogos explicam que bater realmente não traz resultados positivos na educação dos filhos. Dizem que o processo de educar não pode ser violento, pois a resposta também poderá ser a mesma, uma vez que ensinar envolve uma aprendizagem e o modelo nesse caso é muito importante. É verdade... A resposta pode ser a mesma, né?



A Aeromachía Ekdiki̱tikós Giou-Patéra ou logo depois em Latim, o Pugilatus Vindicantis Filli-Patris, chamado em nossa língua de “Pugilato Vingativo Filho-Pai” foi criado pelos gregos por questão de justiça e cultivado pelos romanos por amor a brutalidade. Era uma prática social comum entre os democráticos helênicos com uma regra bastante simples: se o pai ou mãe optasse por bater em seus filhos quando criança ou pré-adolescente estes teriam o direito de se vingar fisicamente quando atingissem a maioridade. Os pais que decidissem por não usar de violência contra sua prole não teriam que enfrentá-la em combate mais tarde. Para os gregos, povo estrategista em guerra por natureza, a segunda opção era bastante sensata pois não é inteligente entrar em atrito com um oponente no auge de sua força e vigor enquanto o seu antigo algoz já se encontra em franca decadência física. Entretanto, infelizmente, essa sábia opção não foi sendo a mais escolhida...



O filho que apanhou a vida inteira teria uma única oportunidade, totalmente respaldada por esse costume social para devolver ao seu genitor um pouco da violência a que foi submetido durante apenas alguns momentos... O jovem, ao completar 18 anos, pode reivindicar uma única luta contra seu próprio pai ou mãe. Ainda que mais simbólico do que justo, o Pugilato Vingativo Filho-Pai serve como um grito de protesto e, também como um basta.



Essa tradição hoje em dia se dá geralmente nos domingos de manhã e chama pouca atenção pois é prática comum à quase três mil anos. É mais uma herança da Grécia Antiga como inúmeros outros procedimentos que temos hoje em nossa sociedade. Manda a tradição que um adulto - geralmente um parente próximo - medie o combate e que esse se dê em público (norma florescida em Roma, óbvio...). Se o filho ganhar, será uma grande humilhação para seu pai e esse ficará proibido por lei de continuar a bater em seu descendente. Se perder será apenas mais uma das inúmeras surras que levou de seu próprio pai.



Em 2002, uma cena de TV vinda dos Estados Unidos e retransmitida por todos os noticiários chocou milhões de pessoas: no estacionamento de um supermercado, uma mãe entrava no carro, empurrava aos tapas a filha pequena, continuava a socá-la no banco de trás, depois se agachava no banco e continuava a bater, a sacudir e a estapear a menina, sempre batendo e batendo mais. Só se viam os sapatinhos brancos no banco de trás, sacudidos pela dor e pela violência das agressões sofridas pela criança. Revolta demais ver uma mãe bater num filho ou uma babá flagrada num vídeo surrando uma criança. Essa, infelizmente, é uma cena apenas entre inúmeras outras, gravadas ou não que acontecem a todo instante. Em casa, mães e pais dão tabefes no traseiro, no rosto, na cabeça, nas costas ou onde conseguem acertar. Tudo em nome do "educar”. Valem palmadas, cintadas, chineladas, sapatadas, puxões de orelha e de cabelo e beliscões. São CRIANÇAS, porra! Não se agride criança de jeito nenhum. Nem verbalmente, nem fisicamente. É covardia e abuso sério.



Acabei de chegar em casa. Fui informado que o quadrúpede do meu filho adolescente metido a gênio da informática foi denunciado por outros três irmãos da mesma quadrilha por ter fervido a placa-mãe do meu computador para acabar com o suposto vírus que ele ACHA que está impedindo ele de jogar a porcaria do videogame no qual o jumentinho viciado. Essa é a maior estupidez que eu vi em minha vida (e olhem que eu leio a parte de política dos jornais todos os dias...). Esse computador custou uma nota! O que eu vou fazer? Vou mandar o primata inconsequente passar as férias de verão num colégio de padre em Rondônia pra ele ficar esperto. Agora, porrada mesmo o jovem romano não vai levar. Não bato em criança nem em garotos. Nem uma leve palmadinha sequer. Não consigo. Não sou covarde. CRIANÇA NENHUMA DEVE APANHAR. É COVARDIA!



Em tempo: a frase em grego que o jovem leu no papel que tirou do seu bolso significa: “Isso vai doer mais em VOCÊ do que em mim!” Realmente esses gregos sabiam das coisas...
texto retirado do site Adolar Gangorra

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