O Mapinguari
Um dos temas mais comuns nesse tipo de literatura controversa é o que trata dos animais desconhecidos. Existe até uma “ciência”
(ou pseudociência) que trata do assunto: a criptozoologia. Estamos
acostumados a ouvir falar do monstro do lago Ness, do abominável homem
das neves ou do pé-grande. Nosso representante mais proeminente nesta
categoria é o lendário Mapinguari.
Segundo a lenda indígena seria um monstro com mais de dois
metros, todo peludo que ataca as pessoas no meio da selva amazônica. Em
algumas versões ele tem apenas um olho, em outras tem uma boca na
barriga. O que importa é que existem vários relatos de encontro com o
bicho. Em 1994 pelo menos cinco índios foram atacados por ele na aldeia
de Esperança, município de Feijó, no Acre
Embora possa parecer uma história de um parente do Pé-grande ou do Yeti,
o Mapinguari é sempre descrito como não humanóide. O mais conhecido
pesquisador da criatura, o biólogo David Oren, defende a tese de que o
Mapinguari seja uma preguiça gigante, animal considerado extinto a pelo
menos 10000 anos. Outros acreditam que seja uma espécie desconhecida de
tamanduá gigante. E existe claro a teoria de que é tudo invenção dos
índios e do povo que vive na floresta... Também há uma versão Argentina
do Mapinguari, que viveria na Patagônia. Existe até uma pele encontrada
por lá em 1895.
Sumé, o primeiro "civilizador" do Brasil.
Segundo a lenda indígena Pay Sumé veio do mar assim
como Dagon para os Filisteus. A diferença é que enquanto Dagon era
metade peixe e metade homem, Sumé era um homem branco e barbudo vestindo
uma roupa longa e branca. E é aí que está o problema: Um homem peixe é
mais fácil de desmentir que um homem branco e barbado. Seria um
indicativo de contato com o velho mundo antes da chegada de Cabral?
Essas descrições foram colhidas por vários
europeus por quase toda a América do Sul. Os relatos dão conta que ele
ensinou aos índios os princípios da agricultura como o cultivo
da mandioca e da erva mate. E tudo ia bem até que ele resolveu dar
pitaco sobre a poligamia e o canibalismo. Os índios não gostaram nada da
idéia e botaram ele pra correr. Ou segundo Hans Stadem ("Viagem ao
Brasil"): "Misterioso personagem que veio do mar (...) e nessa direção
desapareceu depois que, molestado por alguns, se desgostou e deu por
terminada a sua missão de legislador e mestre de todos eles...
" Depois disso seu paradeiro é incerto. Alguns
dizem que voltou para o mar e outros que seguiu rumo aos Andes e no
caminho foi abrindo o grande Peabiru. Suas pegadas poderiam ser vistas
em várias pedras usadas para marcar a estrada
(“O pezão de Sumé” segundo Macunaíma). Ao chegarem por aqui os
catequizadores tiveram a brilhante idéia de dizer que Sumé não era outro
senão São Tomé, para facilitar a conversão da indiada.
O documento 512
O manuscrito que traz o
numero 512 na Biblioteca Nacional é descrito como “Relação histórica de
uma occulta e grande povoação antiquissima sem moradores, que se
descobriu no anno de1753”. Ele relata uma expedição de bandeirantes pelo
interior da Bahia. Segundo o texto, em forma de carta, ao chegarem a uma montanha brilhante (por possuir muitoscristais de rocha) os bandeirantes avistaram uma grande cidade.
Claro que eles foram até lá só para descobrir que a cidade estava desabitada. Havia inscrições nas paredes das casas
mas numa língua que não conseguiram identificar. Também viram uma
estatua na praça principal representando um homem apontando para o
norte. O único objeto descrito em detalhes é uma moeda de ouro com
um rapaz ajoelhado num lado e um arco, uma flecha e uma coroa na outra.
Infelizmente o nome dos bandeirantes não ficou registrado, nem o
paradeiro da moeda. Desnecessário dizer que a cidade nunca foi
encontrada. Como não temos muita tradição em caça ao tesouro é provável
que ela continue escondida por mais algum tempo.
Onde foi parar o Coronel Fawcett?
Além da cidade do documento 512 existiria uma outra na área
do rio Xingu. Pelo menos era o que defendia o Coronel Inglês Percy
Harrison Fawcett no início do século passado. Como ele chegou a essa
conclusão é difícil dizer. Afirma-se que foi por causa de uma inscrição
numa pequena estatueta que ele teria recebido de presente de seu amigo
H. Rider Haggard (autor de “As minas do rei Salomão”).
A inscrição daria conta de uma cidade de ouro perdida (talvez o lendário
Eldorado) no Mato Grosso. Embora ele tenha procurado a cidade do
manuscrito 512 sua obsessão era a tal cidade do Mato Grosso a qual
chamava de Misteriosa Z. E foi perseguindo esse sonho que ele
desapareceu em 1925 junto com seu filho Jack e o amigo Raleigh Rimmell.
Depois disso mais de 100 pessoas morreram nas expedições que tentaram
encontrar o rastro do explorador. Se ele realmente encontrou Z ninguém
sabe.
A teoria mais aceita é que os índios Kalapalos tenham matado o
explorador e talvez até comido o coitado. Existe até o famoso esqueleto
encontrado por Orlando Villas Boas em 1951 e recusado como prova pela família
de Fawcett. Outros disseram que ele se enturmou com os índios, tendo
inclusive um filho com uma índia. Para os “místicos” (ou malucos),
Fawcett teria encontrado um portal para uma cidade intraterrena e por lá
ficou. Fora um relato de um encontro com o velho Fawcett vagando por
Minas Gerais (!).
A conspiração de Varginha
Pra terminar esta listinha nada melhor que o nosso conhecido caso
Varginha. A história das três garotas que viram uma criatura estranha
rodou o mundo em 1996. O mais curioso deste caso é o fato de que não
existe nenhuma evidencia material do ocorrido. O termo “ET de varginha” é
incorreto, pois o que teria sido visto era uma criatura encostada num
muro. Afirmar que era um extraterrestre é muita pretensão. O problema é
que a maioria dos “ufólogos” acham os dedos dos ET’s em todos os
cantos.
O que se conta é que depois de ser avistada a criatura teria sido
capturada pelos bombeiros e depois levada ao hospital da cidade. Mais
tarde levaram o “ser” para um hospital particular e finalmente o
exercito tomou conta da situação. Estranhamente o caso pode ter começado
bem antes do que se pensa. Alguns meses antes o principal “ufólogo”
envolvido na historia escreveu uma carta à revista UFO (pois é, eu lia a
revista) dizendo que estava largando as pesquisas.
Sua alegação era de que não acontecia mais nada de relevante na área.
Misteriosamente ele voltaria com tudo quando o chamado “Roswell
Brasileiro” aconteceu quase na porta de sua casa. Teria sido apenas coincidência? Lembro que na época foram avistados muitos ÓVNI’s no Sul de Minas. Todo dia aparecia uma nova filmagem de uma luz embaçada no Jornal Regional. Quem se deu bem nisso tudo foi a cidade de Varginha.
Ela ganhou uma mascote e um incremento no turismo. Na página da
prefeitura existe um “diário do caso” escrito pelo ufólogo citado acima.
Lá vemos que o bicho, criatura ou “ser” passa a ser chamado de ET sem
que nenhuma evidência de sua origem seja demonstrada. Revendo as
reportagens da época dá pra chegar a conclusão de que realmente
aconteceu alguma coisa por lá. Talvez saberíamos mais se os ufólogos não
tivessem chegado com tanta sede ao pote, acusando os militares e o
governo de conspiração. Uma investigação mais séria e principalmente
mais discreta teria rendido muito mais.
Bazzzinga
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