Preguiça gigante em posição de combate, em reconstituição do escultor Jim Humble para o escritor Gaddy Bergmann
Fóssil de eremotherium, no Museu Nacional de História Natural, em Washington. O mapinguari é um animal fabuloso, humanóide e todo cabeludo. Seus pelos o tornam invulnerável à bala, exceto na parte correspondente ao umbigo. Segundo a lenda, é um terrível inimigo do homem, de quem devora somente a cabeça.
Em uma história contada por Câmara Cascudo, um mapinguari, macacão enorme, peludo como um coatá (
Ateles marginatus, macaco do Pará), com pés de burro virados para trás, trazia debaixo do braço um pobre homem, morto, gotejando sangue. O monstro, com unhas que pareciam de onça, começou a arrancar pedaços do desgraçado e metia-os na boca, grande como uma solapa, rasgada à altura do estômago.
A maioria dos que dizem ter visto o mapinguari o descrevem como uma criatura alta, que atingiria dois metros de altura quando se põe sobre as duas pernas. Ele também emitiria um cheiro muito forte e extremamente desagradável. Para uns, ele é coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do casco da tartaruga, para outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré. Há quem diga que seus pés tem o formato de uma mão de pilão.
O mapinguari emite um grito semelhante ao grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele logo vai ao encontro do desavisado e o ataca e devora, começando pela cabeça. Poucos conseguem sobreviver a um encontro com esse animal e, quando isso acontece, geralmente ficam aleijados ou com marcas horríveis pelo corpo.
Dizem que o mapinguari só percorre a floresta durante o dia, porque prefere dormir e descansar durante a noite, mas também existe a versão de que ele só pode ser visto em feriados e dias santos. Em suas andanças esse bicho segue gritando, quebrando galhos e derrubando árvores, deixando atrás de si um rastro de destruição.
Segundo o pesquisador David Oren, uma explicação lendária para o Mapinguari é que seria um índio, um pajé que descobriu o segredo da imortalidade, mas o preço que ele pagou por isso foi se transformar num animal horrível e fedorento.
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Mapinguari do Bosque Rodrigues Alves,Belém-pará |
Segundo Domingos Parintintin, cacique de uma tribo amazônica, a única maneira de matar o mapinguari é dando uma pancada na cabeça do animal. Porém, ele afirma que o melhor a fazer é subir em uma árvore e se esconder, em vez de tentar matá-lo, já que a criatura tem o poder de fazer a vítima ficar tonta e "ver o dia virar noite".
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pata preguiça gigante
O ornitólogo estadunidense David Oren, ex-diretor de pesquisa no Museu Emílio Goeldi, em Belém, acredita que a lenda do mapinguari é baseada no contato de humanos tiveram com os últimos representantes de preguiças-gigantes que habitavam o solo, que talvez ainda existissem na Amazônia. Procurou-os por mais de vinte anos, sem resultado.
Cerca de 100 pessoas disseram para Oren ter tido contato ou pelo menos ter ouvido o grito do Mapinguari, e 60 são testemunhas que dizem ter visto o animal. Algumas afirmam te-lo matado, mas não conseguiram chegar perto porque ficaram embriagadas, desnorteadas e intoxicadas com o fedor.
Um seringalista chegou a oferecer uma recompensa para quem matasse o bicho, e um seringueiro entrevistado por Oren afirma que o matou, mas não conseguiu chegar perto para tirar uma amostra de cabelos e unhas para levar para o dono do seringal. Ele tirou a camisa e a envolveu no pescoço, tapando o nariz, mesmo assim ficou embriagado. A sorte dele é que estava acompanhado de um amigo que havia corrido assim que o bicho apareceu. O amigo serviu de guia para abandonar o local depois.
Histórias análogas são contadas na Patagônia argentina. Na década de 1890, o explorador argentino Ramon Lista disse ter encontrado um grande animal desconhecido ao caçar na Patagônia. Tentou atirar, mas as balas aparentemente não fizeram efeito. O paleontólogo Florentino Ameghino, ou ouvir a história de Lista, ligou-a a relatos nativos dos indígenas da Patagônia, sobre um animal semelhante em cuja pele as flechas penetravam com dificuldade. Pedaços de pele de preguiças pré-históricas que foram preservados mostram ossículos dermais que podem tê-las protegido contra predadores e, possivelmente, também as protegeriam de flechas e balas. Ameghino chamou a suposta preguiça gigante moderna de Neomylodon listai em homenagem a Lista.
Sites de criptozoologia freqüentemente identificam o mapinguari com o Megatério, a maior das preguiças gigantes. Esse animal de quatro toneladas ou mais, 6 metros de comprimento e mais 3 metros de cauda era grande demais para ser relacionado à lenda, mas houve dezenas de outros gêneros e centenas de espécies de preguiças terrestres, incluindo muitas espécies de tamanho adequado e que sobreviveram até tempos suficientemente recentes (cerca de 8.000 a.C.) para terem sido vistas pelos ancestrais dos ameríndios e, talvez, sobreviverem em seu folclore. O Mylodon, preguiça gigante da Patagônia, pesava cerca de 300 kg, tinha 3 metros de comprimento e seus subfósseis (incluindo pedaços de pele congelada) foram encontrados em cavernas associadas a ocupação humana. Pelo menos uma espécie, Megalocnus rodens, de até 90 kg, parece ter sobrevivido nas montanhas de Cuba até o século XVI, a julgar por subfósseis encontrados na região.
Ilustração bacana do bicho,que encontrei na net
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Marcelo: boa pesquiça,acredite realmente existem...saludos
ResponderExcluirMarcelo: boa pesquiça,acredite realmente existem...saludos
ResponderExcluirgostei! fazia tempo q procurava uma pesquisa sobre a mapinguari
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